sábado, 7 de julho de 2007

Leia o manual!

É muito engraçado ver como vivemos fases tão diferentes na vida. Esse negócio de viver dá trabalho... Até porque acaba chegando um tempo que queremos olhar a vida do lado de fora. Posso enxergar muito do que não queria [alguém tem um tapa-olho?], mas vejo também muito do que vou acabar me tornando. É assim mesmo... Os caminhos têm um fim [graças a Deus, não são um fim em si mesmos!].
O assunto aqui são as fases da vida... Além das etárias, que são mais fáceis [menos difíceis?] de viver, há também aquelas que a gente não consegue entender e muito menos nomear. Quem dera pudéssemos fazer com que os outros nos entendessem apenas dizendo: "Estou na fase caladão", e todos se afastariam de nós e respeitariam nosso prazer silente; ou quem sabe: "Estou na fase vem-que-tem!" [tosco!], o que nos atrairia a atenção de todos... Não funciona assim!
Essa máquina é, de fato, indecifrável e arrisco dizer que não dança conforme a música.
Acho que empreguei muito do meu tempo olhando a vida de fora pra ver se conseguia catalogar esses estados de espírito. Claro que nada científico, mas apenas pra tentar idealizar um manual de instuções pra minha máquina e, quem sabe, pra outras que fossem do mesmo modelo que a minha [certamente não existe!].
Descobri que estava correndo atrás do vento... Tenho usado bastante essa expressão em minhas falas.
Lembro quando era mais jovem e descobri-me naquela fase "por-favor-olha-pra-mim". Quem nunca viveu isso, não é?! Nada de anormal com isso, até certo ponto. O problema é quando a máquina está equipada com apenas essa função. Na verdade, o problema não é só esse. Quando o quadro evolui ao ponto de acharmos que nossa máquina é a melhor que existe e que todos devem prestar atenção só no que somos ou fazemos...
A Bíblia relata história de pessoas "normais". Lembro de um rapaz chamado João. Ele tinha uma missão importante na sociedade em que vivia. Eu não sei em qual fase ele vivia quando foi-lhe dada a tarefa de pregar o arrependimento dos pecados daquele povo. A despeito dos seus sentimentos, João sempre teve firme a idéia de que Jesus era quem realmente importava para a remissão dos pecados de todo o mundo. Mesmo quando as pessoas seguiam João, ele soube apontar para quem realmente importava: Jesus.
Também quero lembrar de outro rapaz chamado Paulo. A história dele também está na Bíblia e gosto muito de uma de suas afirmações: "Quanto a mim, que eu jamais me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio da qual o mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo." Gl 6:14
E onde eu fico diante dessas pessoas que experimentaram os mais diversos estados de espírito, as mais diversas crises e, provavelmente entenderam como a máquina deve funcionar? Prefiro viver cada época dessa vida tão efêmera olhando pra exemplos dessa magnitude. Prefiro rasgar os esboços dos manuais que tenho tentado escrever e, simplesmente ler esse manual escrito há tanto tempo, cheio de exemplos como esses.
É melhor deixar que Deus olhe a vida "de fora". Ele é realmente capaz pra fazer isso e fazer tudo funcionar como lhe apraz.
Não tenho caracteres para falar sobre os exemplos de Jesus Cristo. Também só quero viver a fase "por-favor-olha-pra-mim" quando tiver certeza que só Cristo poderá ser visto.
Caro leitor, você nem precisa entender tudo o que esse texto diz... É bem pessoal!

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom tbm, mas confesso que continuo pensando no outro...

Anônimo disse...

Muito bom.
Gosto da maneira como você narra passagens bíblicas de um jeito casual: "um rapaz".
Isso dá um valor e tom muito pessoais e ricos ao texto.
Entra em terrenos originais, mesmo em textos onde, aparentemente tudo já foi extraído.

Adri Costa disse...

Cada vez mais me surpreendo com essa sua habilidade de se ("auto")descrever,de ser tão fiel a situação vivenciada nesse "jogo de palavras"... e que inferências...João, Paulo... Amei!
bjo
Deus continue a t usar...pra gnt ser abençoado!